o poeta, diante da tela
do computador,
quer encontrar aquele verso
simples,
acolhedor como o sorriso
da gente do interior,
da gente simples do interior.
sorriso quente,
às vezes bem branco,
às vezes sem dentes,
mas quente...
seja como for.
o poeta, diante da tela,
quer o verso
que o leitor entende
à primeira lida,
verso que não suscita
nenhuma dúvida,
que não dá margem à dúvida,
que não duvida.
o poeta quer o verso
com mensagem positiva.
o poeta quer ser gente
(ele é meio doido,
mas é muito inteligente!).
o poeta quer ser reconhecido,
o poeta quer até, um dia,
vender livro!
o poeta quer dar autógrafo!
o poeta,
quer - pasmem!- ganhar
dinheiro!
dinheiro!
acontece que já passa da meia-noite,
e o poeta cansou.
o poeta vai dormir.
o poeta está de saco cheio.
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