Li, há uns dois ou três dias, a expressão "realidade totalizadora" num texto de crítica, e fiquei a pensar. Não é a primeira vez que me deparo com ela, mas agora, somente agora, depois de anos de leituras e ruminações, ela se me afigura em toda a sua estranheza: como pode haver isso, "realidade totalizadora"? Uma moldura, onde tudo se encaixe, na nossa apreensão das coisas? Uma coerência abarcando tudo o que existe para nós, uma organicidade? Quer me parecer que as duas coisas são impossíveis...
Depois de matutar um pouco, chego à constatação de que enxergamos aspectualmente, de que entendemos aspectualmente, de que amamos aspectualmente, etc...
Nossa consciência é fragmentária. Não há moldura, nem fio de Ariadne.
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