Blergh. Escrevi aqui, há um bom tempo, que a obrigação diária que o meu cachorro me impõe era o que me impedia de descansar plenamente. Lavar o canil, etc.
Pois queria dizer que hoje isso é como escovar os dentes para mim. Normalíssimo.
Assim, corrijo Trollope: uma obrigação diária, se for mesmo diária, com o tempo só poderá nos fortalecer.
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sexta-feira, 17 de julho de 2015
SOBRE GRANDES POETAS, E CIRCUNSTÂNCIAS
Fui num evento de Literatura Latina agora, no começo de Julho, e lá alguém, em certo momento, me veio com essa: "os grandes poetas têm temas; não escrevem sobre a própria vida, a não ser esporadicamente", ou algo de teor semelhante. Então fiquei matutando.
Ora, há, de fato, temas que, se têm a ver com a vida de todos os dias, o têm de modo abrangente ou transversal: são os arquétipos. A morte, o tempo, o amor, as vicissitudes da vida, a condição humana... enfim. Creio que normalmente o poeta - aquele que é realmente poeta - escreverá, sim, tendo em mente essas temáticas por assim dizer "maiores".
Mas não dá para ignorar que a vida de todos os dias é, como dito no começo do parágrafo anterior, permeada por elas, pela morte, pelo amor, etc., e se o poeta consegue escrever sobre a sua própria vida e ao mesmo tempo tocar esses temas sensivelmente, ele não está sendo um mau poeta. Ao contrário: ele está sendo o maior poeta que se pode ser - o que sabe alcançar o geral por meio do particular, consagrando este, e vivificando aquele.
Ora, há, de fato, temas que, se têm a ver com a vida de todos os dias, o têm de modo abrangente ou transversal: são os arquétipos. A morte, o tempo, o amor, as vicissitudes da vida, a condição humana... enfim. Creio que normalmente o poeta - aquele que é realmente poeta - escreverá, sim, tendo em mente essas temáticas por assim dizer "maiores".
Mas não dá para ignorar que a vida de todos os dias é, como dito no começo do parágrafo anterior, permeada por elas, pela morte, pelo amor, etc., e se o poeta consegue escrever sobre a sua própria vida e ao mesmo tempo tocar esses temas sensivelmente, ele não está sendo um mau poeta. Ao contrário: ele está sendo o maior poeta que se pode ser - o que sabe alcançar o geral por meio do particular, consagrando este, e vivificando aquele.
sábado, 14 de março de 2015
PARAFRASEANDO MILTON
CARTA A UMA JOVEM ATRIZ
Se
eu deixasse meu trabalho,
Meus
estudos, meus projetos,
Tudo,
tudo, para trás,
Acreditarias
mais em mim?
Pois
é assim que me sinto,
Hoje,
neste sábado uma vez mais solitário...
Sinto
como que uma enorme mão
A
me apertar, a me espremer
O
corpo inteiro, o corpo inteiro...
E
como sei que tu também sentes a vida,
Sim,
tu sentes o peso dela,
O
desmedido peso dela,
Dela
que nem sempre dá,
E
muito e amiúde cobra pelo que não deu...
Que
tal corrermos, então?
Simplesmente
corrermos, de mãos dadas,
Sob
a chuva ou sob o severíssimo sol,
Preocupados
em nada mais que não desencontrar
O
passo, o ritmo um do outro?
Posso
ver-te, agora,
Lá
fora, sorrindo ao meu lado...
Eu
correria até o fim, amor:
Até o fim.
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