CARTA A UMA JOVEM ATRIZ
Se
eu deixasse meu trabalho,
Meus
estudos, meus projetos,
Tudo,
tudo, para trás,
Acreditarias
mais em mim?
Pois
é assim que me sinto,
Hoje,
neste sábado uma vez mais solitário...
Sinto
como que uma enorme mão
A
me apertar, a me espremer
O
corpo inteiro, o corpo inteiro...
E
como sei que tu também sentes a vida,
Sim,
tu sentes o peso dela,
O
desmedido peso dela,
Dela
que nem sempre dá,
E
muito e amiúde cobra pelo que não deu...
Que
tal corrermos, então?
Simplesmente
corrermos, de mãos dadas,
Sob
a chuva ou sob o severíssimo sol,
Preocupados
em nada mais que não desencontrar
O
passo, o ritmo um do outro?
Posso
ver-te, agora,
Lá
fora, sorrindo ao meu lado...
Eu
correria até o fim, amor:
Até o fim.
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