Pesquisar

sábado, 21 de maio de 2011

SONETO DO AMOR TOTAL

Muito a propósito, faço minhas as palavras de Vinícius de Moraes:

SONETO DO AMOR TOTAL

Amo-te tanto, meu amor... não cante
O humano coração com mais verdade...
Amo-te como amigo e como amante
Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante
E te amo além, presente na saudade.
Amo-te, enfim, com grande liberdade
Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente
De um amor sem mistério e sem virtude
Com um desejo maciço e permanente.

E de te amar assim, muito e amiúde
É que um dia em teu corpo de repente
Hei de morrer de amar mais do que pude.

E adivinhem para quem eu aponto esses versos?...
É só observar... está fácil fácil matar essa...

Beijos, meu amor.

domingo, 15 de maio de 2011

A DE HOJE

pulando amarelinha:

"não sei amar, não sei amar,
você só me ensinou sobre você,
e aí então, e aí então?...
fundiram-se, pra não mais se desfazer,
numa só ideia: "amor", e "você"...
de modo que, de modo que?...
daqui pra frente, amar
será pra sempre te querer...

te querer... te querer."

E ponto.

A PONTE INVISÍVEL

a cada novo dia ele repetia o seu mantra matinal:
"a vida só vale a pena se for dividida";

e assim ele suportou a solidão até morrer,
solteiro, sem filhos, nem sequer um cachorro...

APELIDOS CARINHOSOS

chamavam-se de "senhor" e "senhora",
amavelmente, de brincadeira;

óbvio é, que chegou o dia em que se tornou mais adequado
chamarem-se de "menino" e "menina"...

quinta-feira, 5 de maio de 2011

O PARADOXO FELIZ

sentir alegria por vezes me espanta,
por ser tão nítida, para uma dor tanta,
que de mais a mais me vejo mirando o mar revolto do passado,
à procura da emoção que não consigo viver hoje...

se me assombra a vespa zumbizante da paisagem fúnebre,
por outro lado encontro, nestes dias tão singelos e tranquilos,
a pura expressão do que me vai no peito...

e a palavra que dá nome a tudo isso,
de tão bela, sedutora, inebriante,
jamais poderá ser dita:
vive lá onde os deuses dormem,
e de lá sorridente me fita,
como a voz que, cá embaixo,
me liga a tudo e todos, e aos poucos,
morre.

domingo, 1 de maio de 2011

QUADRINHA PARA UMA FLOR NATALINA

queria escrever um poema agorinha,
mas não estou inspirado;
assim, vai aqui esta quadrinha,
apenas para teu desenfado,

só para que suspires um tantinho,
lembrando de tudo que é nosso:
nossos sussurros, nossos carinhos,
isso que de bom, dar-te eu posso.

sem mais, e com muito amor,
assina este textinho um poeta pequeno,
que não sabe viver sem dor,
mas que a compensa levando-te no peito.