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terça-feira, 25 de outubro de 2011

O enigma de Capitu

Pois é... O mundo gira... e...
Lá pelos idos de 1998, eu cursava o primeiro ano de Letras na USP, e a professora de Introdução aos Estudos Literários, Iná Camargo Costa, me incutia a certeza de que Capitu não traiu Bentinho, este último é que era um problemático de carteirinha. Vários argumentos: o livro inteiro é uma obra de acusação, ele não deu a ela o benefício da dúvida, muito menos direito de defesa, etc...
Mas a vida seguiu, eu desisti da Letras naquela época, depois voltei em 2004, para me formar em 2010, e para voltar, de novo, se tudo der certo, em 2012 (estou prestando o vestibular novamente, e para Letras, novamente...), agora para estudar Espanhol. Ocorre que Dom Casmurro está na lista da FUVEST, e eu acabo de terminar a releitura desse gigantesco romance, e... Não é que eu me encontro inclinado a concordar com o Bentinho?... Acho que a Capitu pode, sim, ter traído o marido...
Mas a melhor solução para o caso foi dada pelo prof. Valter Kehdi, que em 1999 definiu Dom Casmurro como o "romance da dúvida", sendo a discussão sobre traição ou não traição algo como discutir o sexo dos anjos...

domingo, 16 de outubro de 2011

MÚSICA E GOSTO II

Olha, eu achava que cantaria "Que pena", do Raça Negra, com prazer, mais ou menos baseado num trecho dela que fazia parte de um anúncio de TV. Mas... fui ouvir inteira no Youtube, e não gostei não...
Pois é. Algumas coisas ainda não mudaram, rs... ;-)

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

MÚSICA E GOSTO

Será o "eu gosto" um derivado da passividade? Como se forma o nosso gosto musical?
Creio que é mais fácil começar respondendo à segunda pergunta: no meu caso, se formou em casa, ouvindo o que meus pais ouviam, e o que passava na TV. Claro que eu filtrava; só gostava mesmo do que se encaixava em algo muito sutil, muito subterrâneo, algo próprio da minha maneira de ser. Assim é que eu, aos seis anos, gostava de RPM, Menudo, Roberto Carlos, Verônica Sabino, Gonzaguinha, Trem da alegria, Balão Mágico, Fábio Jr., etc... Não creio que imitasse colegas de escola, vizinhos, ou os adultos a minha volta. Eles certamente me influenciavam, mas a palavra final era dada nos confins de minha psique. 
Quando começou a adolescência, sob o impacto do Rock in Rio II, me apaixonei pelo rock, e ao mesmo tempo cantava Leandro e Leonardo quando saía pra comprar pão. Um pouco mais tarde descobri que uma tribo excluía a outra, e então me filiei aos roqueiros, e passei a condenar sertanejos, pagodeiros, funkeiros, etc.  Esse foi o início de uma fase que durou bem uns quinze anos, fase na qual meu gosto se cercou de tabus: era possível gostar de rock e música erudita, porque tais estilos eram dignos de respeito, mas gostar de estilos mais comerciais, como o pop ou o sertanejo, era simplesmente proibido, e eu seguia essa linha fielmente. Não acho que me obrigasse: eu realmente só gostava daquilo que respeitava. 
Algo, no entanto, mudou. Hoje optei por uma sinceridade radical, e ela me levou de volta à infância, quando quem comandava eram os "monstros do id". Hoje respeito e gosto de tudo o que agrada à minha subconsciência, o que equivale a dizer que não sei o que me faz gostar ou não dessa ou daquela canção. Apenas gosto. E assim sou levado a reconhecer que aquela música que eu achava ridícula quando era adolescente (por exemplo, "Que pena", do Raça Negra), hoje canto com prazer.
Quanto à primeira pergunta, me parece que não, desde que você separe juízo crítico de um simples agradar-se; e é sempre possível pesquisar, guiando-se por puro senso estético, isto é, indo contra qualquer passividade...
Enfim... O mundo gira, e a gente muda. 
Devo mesmo ter tomado sopa de macarrão vencido, mas eles não me fizeram mal...

domingo, 9 de outubro de 2011

UMA CITAÇÃO NA MEDIDA PARA MIM!


De Byron, To Thomas Moore:


Here's a sigh to those who love me,
And a smile to those who hate;
And, whatever sky's above me,
Here's a heart for every fate.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

PAULA FERNANDES

Nunca gostei de sertanejo. Na verdade, pouca coisa mudou, mas... Não é que eu gostei da Paula Fernandes?... Gosto de "Pra você" e de "Pássaro de fogo". Acho que o que ela faz não é exatamente sertanejo. Se for, então eu realmente comi macarrão vencido...
Um beijo, Paula.

A MÁQUINA DO TEMPO

Acabo de terminar a leitura d'A máquina do tempo, e o livro, para meu espanto, não chega nem perto da sua última versão cinematográfica. O filme é bem, mas beemm melhor que o livro. Que coisa...

THOR


Falei aqui há uns meses sobre a infantilidade do cinema comercial contemporâneo. Devo ter comido algum molho de tomate estragado, cogumelos venenosos, sopa de macarrão vencido, sei lá o quê, porque estou num processo de mudança de concepção. Ok, o filme sobre o Wolverine continua infantilóide, a meu ver, mas de Thor eu gostei bastante (o que não me impede de reconhecer que o filme tem falhas, por exemplo a mudança muito rápida de comportamento por parte do herói, e alguns clichês...). Penso que os filmes de heróis, ou super-heróis, dependendo de como trabalhados, podem ser de boa qualidade, e na verdade é forçoso reconhecer que narrativas de grandes feitos heroicos, com exageros às vezes gritantes, constituem um gênero milenar, estão encravadas na medula humana.
Enfim, acho que vou ver Thor de novo...