Sonhei que era só,
sonhei que era perdido:
cercado de brumas,
não estava contigo.
Enquanto o mar, ao longe,
dita canções ao monge,
eu, sem tua doce voz,
vou compondo um "nós",
sem saber ao certo
se teus sonhos de flor,
se teu pensar, teu universo,
abraçariam meu calor...
E meu calor é antigo...
Chegará o dia de perguntar,
chegará a vez de ouvir;
hoje, porém, ponho-me aqui,
como em cordel a falar
o que possa, sem nenhuma dúvida,
dar-te a imagem de minha ternura,
a mais bela de minhas artes:
o meu sincero amar-te...
Sonhei que era só,
chorando por um abrigo;
sonhei que era só,
então fui atendido:
Abriguei-me no amar-te,
Que é sempre, sempre comigo...
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