Pesquisar

quinta-feira, 14 de março de 2013

A ARTE, E OS PARADIGMAS

A Cia. das Letras, recentemente, promoveu um concurso de haikais em seu blog. Já foram divulgados os ganhadores, cinco. Todos poemas que denotam fina sensibilidade, e gosto.
Pois bem. Só que muitos comentaram que os cinco não se enquadravam no conceito de haikai, porque não respeitavam a métrica (5-7-5 sílabas poéticas), ou porque fugiam ao tema, ou porque não tinham KIGO, ou por algum outro motivo. Não sei o que é KIGO. Vou pesquisar. Mas o que interessa, aqui, é a postura estreita, radical, de algumas pessoas quanto a essa forma literária. Digo "estreita" não me referindo ao fato de essas pessoas tentarem ser ortodoxas, mas ao fato de elas só conceberem como haikai aquele poema que se encaixa com perfeição ao modelo. Tudo bem o seu purismo, se for uma particularidade sua, mas se for concebido como lei, aí... trata-se de amarrar o poeta, e o poeta não tolera amarras.
A modernidade é caracterizada, em arte, pela quebra recorrente de paradigmas. Vale, ao menos para nós, ocidentais, a ideia, a realização, a beleza intrínseca, em detrimento da fidelidade a um padrão, algo simplesmente fora do âmbito há, pelo menos, mais de um século.
Eu escrevo haikais. Mas os meus, não são haikais. São poemas de três versos e no máximo dezessete sílabas. Sei lá que nome dar a eles...

Nenhum comentário:

Postar um comentário