Pesquisar

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

MISANTROPIA


MISANTROPIA

chega mais perto, doce criança,
e abraça este velho enfermo,
velho... trinta e quatro anos!...
no entanto, como sou velho...

põe a mão no meu ombro caído,
contempla minha calva,
olha-me nos olhos puídos:
neles jaz, inerte, minha alma...

se o Outro morre, além, ou se aquém vive;
se as flores murcham no vaso que não dei;
se o beijo enrijecido que ofertei

àquelas moças que, por graça, ainda tive,
se tudo isso vale a dor que já causei,
abraça-me: em teu lugar, tão calmo... morrerei.





Nenhum comentário:

Postar um comentário