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quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

PATRICK SWAYZE, E DEPOIS...

Quando eu tinha 14 anos, me apaixonei por Gisele, uma menina mais velha, da oitava série (eu era da sétima). Estudávamos na Escola Municipal Nair Valadares, de Araruama, RJ. Ela era fã de New Kids On The Block, e o filme de que mais falava, provavelmente o que mais amava, era Ghost, com Patrick Swayze e Demi Moore. Eu queria conhecer tudo o que ela gostava, queria entrar na vida dela, mas... não conhecia New Kids, e nunca tinha visto Ghost... O primeiro item eu rapidamente sanei, mas o segundo... Só fui ver Ghost já aqui em São Paulo, quando era praticamente impossível trazer Gisele pra minha vida... De algum modo essa tragédia fixou uma importância além do que é corriqueiro à imagem de Swayze, no âmbito de minha ingênua juventude.
Esse é um ponto.
Logo que cheguei em São Paulo, em 1992 (eu tinha quinze anos), assisti a Caçadores de Emoção (não sei o título original...), com Swayze e Keanu Reeves, e o seu, por assim dizer, "espírito de aventura", me ganhou, numa época em que o meu senso crítico era muito frágil, e a vontade de viver com máxima intensidade era minha luz-guia. Sobretudo o personagem de Swayze, com sua exagerada energia vital, me dizia algo muito profundo acerca de mim mesmo, e também acerca do mundo no qual eu queria viver.
Esse o outro ponto.
Os dois pontos me são úteis ao tentar entender o que senti, agora há pouco, vendo a foto que a esposa do ator tirou dele, pouco antes de ele morrer. Sem cabelos nem sobrancelhas, dormindo no sofá, ao lado do gato, provavelmente ouvindo "o som da inevitabilidade", essa figura é, pra mim, o adeus de uma espécie de símbolo do que um dia eu quis ser, e também um símbolo de uma parte importantíssima de minha adolescência, sobretudo no que ela tem de indissoluvelmente ligado a Gisele. Na verdade, o velho chavão - "o tempo passa, implacavelmente" -, se mostrou, por meio dessa foto, com toda a sua força destrutiva a meus olhos, que começam a ver, tragicamente, a despedida dos heróis de juventude.
Estou ficando velho... Os heróis de meu passado estão dizendo adeus, e só posso, um tanto desiludidamente, fazer isto aqui que estou fazendo agora...

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