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sexta-feira, 5 de outubro de 2012

FAUSTO, DE GOETHE


Uma das mais belas cenas da literatura ocidental:
Fausto, centenário e cego, ouve o barulho de pás, e de escavações, e crê que se realiza uma grande obra de drenagem de um terreno (ele está sempre aspirando às grandes coisas), obra que ele já planejara e ordenara  antes da cegueira, mas... o que se faz é cavar a cova dele, ordem dada por Mefistófeles. Os "operários" são lêmures, servos do "baixíssimo".
Que poder de símbolo tem essa passagem!... Seria o quê? O homem que, dia após dia, tropeço após tropeço,  anela grandes feitos, mas, trágica e ironicamente, só faz se preparar para a tumba?... Bem, essa é a minha leitura, assim, fresquinha, logo após fechar o livro. Trata-se, no entanto, de uma obra cuja fortuna crítica, como bem aponta o responsável pela edição que li, o prof. Marcus Vinícius Mazzari, já ultrapassa os dez mil títulos. Se alguém se dedicar, a vida toda, a só ler sobre o Fausto, ainda assim não conseguirá ler tudo o que já foi publicado... Ou seja: possibilidades interpretativas infinitas.
Só resta dizer: amigos, houve alguns gênios literários em nossa história, mas só houve um Johann Wolfgang von Goethe.

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