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domingo, 20 de janeiro de 2013

ANNA KARIÊNINA

Tolstói era, de fato, um enorme, um extraordinário psicólogo. Seu livro é um exame minucioso da alma de figuras condenadas socialmente, sobretudo a personagem que dá título ao livro. Ao lê-lo, fui me sentindo pequeno como escritor. Serei eu capaz, nalgum futuro, de produzir um estudo tão verdadeiro e profundo quanto Anna Kariênina?...
Minha resposta, no momento, é não, e isso não é mau. Não se deve imitar ninguém, ao criar. E minha alma é realmente em muito oposta à de Tolstói. Ele é um analista, e eu sou sintetizante. Isso, esse pensamento, muito me alivia, porque saio da leitura de Anna me sentindo como um barquinho de papel arrastado pela correnteza que a chuva produz à beira de uma calçada, chuva e correnteza que são, a um só tempo, Liev Tolstói.
Até as "revoltas" modernistas, ninguém escreveu como Tolstói, ninguém foi tão longe, tão exato, ninguém problematizou nem representou tão bem quanto ele.
É, sem dúvida, o grande mestre do Séc. XIX. Esse devia ser seu sobrenome.

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