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sábado, 17 de agosto de 2013

O COMPORTAMENTO META

É muito comum hoje em dia, especialmente em ambientes intelectualizados, a adoção de um comportamento "meta", isto é, um posicionamento projetado para fora da própria cultura, relativizando tudo, e como que olhando de fora, um olhar "meta": meta-cultural, meta-ideológico. Desse modo, as culturas se equivalem, e a pessoa se exime de julgar, pois isso seria impor ao objeto do julgamento uma base que ele não adota para si.
Pois bem. Ocorre que a experiência - o lugar onde nascemos, quem foram nossos pais, a educação que tivemos, etc. - nos marca indelevelmente, e por mais que tentemos nos posicionar "de fora", isso é certamente uma atitude artificial, na melhor das hipóteses um esforço cujo fracasso a pessoa esconde. Ela aprovará ou não determinado comportamento, ideia, opinião, quer queira, quer não. Em suma, ela julgará, inevitavelmente.
Isso posto, creio que devemos tentar compreender, e não anular, ou evitar o próprio julgamento. Devemos ter consciência, sim, de sua contingência, de sua dependência de circunstâncias carregadas de arbitrariedade. Mas não podemos fugir dele, porque isso seria a negação da própria experiência, e é ela, em grande parte, o que nos faz o que somos.

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