Pesquisar

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

PODER / DEVER

É uma equação a que poucos prestam atenção: para que se possa atribuir a um indivíduo o dever de realizar a ação A, é necessário que ele tenha poder para realizá-la. Este poder - com o perdão do pleonasmo - pode ser exíguo e levar o indivíduo à exaustão após realizar a ação A, ou pode ser largo o suficiente para que ele a realize sem se destruir, ou onerar demasiadamente. Assim, um conjunto de deveres só se viabiliza se os indivíduos sobre os quais ele incide têm poder numa escala que possibilita o atendimento, sem esgotamento. Historicamente, as relações senhor e escravo tendiam a não respeitar essa regra, bem como, algumas vezes, a de Rei e súditos. Muitas sublevações se deram em razão disso.
Deve-se observar ainda que a situação em que o poder dos indivíduos extrapola o conjunto de deveres numa amplitude mediana é a mais saudável, politicamente. Eles, por assim dizer, devem esgotar-se medianamente no cumprimento dos deveres, impossibilitando e ao mesmo tempo desestimulando a revolta. Impossibilitando porque estarão "cansados" demais para ela, e desestimulando porque não terão razões muito fortes para "comprar a ideia" dela.

Nenhum comentário:

Postar um comentário