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sábado, 20 de abril de 2013

LUA NOVA

Me abraça, lua nova,
faz de meu ser uma festa,
com tua feminilidade agridoce,
com os teus roçares de pétala; 
já não vejo tuas pegadas
na terra à minha volta,
já não tenho tuas cores 
a me ditar a boa rota:
me abraça, então: é só o que importa...

Eu quis, um dia,
ser o louco da floresta,
cheio de visões, 
todas mui belas, 
mas sem serventia,
já que não se vive,
já que nada mais se espera...

Hoje, aqui,
ofereço essa sensaboria,
esse falso balançar das árvores,
em troca da certeza do vento,
em troca da certeza do mármore.
Saberei, sem ver,
que és tu à minha porta,
e então... nos abraçaremos,
e será isso, tudo o que importa.

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