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quarta-feira, 30 de outubro de 2013

O LIVREIRO DE CABUL

Terminei esta semana a leitura do livro de Asne Seierstad. Devo dizer que imagino o que - como ela confessou, a guisa de prefácio - a revoltou e fez sentir ódio como nunca sentira antes na vida. De fato, as mulheres são especialmente maltratadas, na cultura afegã. Penso principalmente em Leila, mas poderia citar também Shakila, e outras. E os "meninos" filhos do patriarca livreiro também não têm vida fácil.
Mas o que quero expor aqui é o sentimento muito vivo que esse livro suscitou em mim da viabilidade de outras culturas radicalmente diferentes da minha. Sim, eu vislumbrei um sentido, uma razão de ser, para os costumes afegãos. Consegui enxergar aquilo pelo quê os talibãs lutam, e embora eu defenda uma posição diferente, e muito embora eu execre os métodos de que eles se servem, sou obrigado a admitir que eles têm a sua lógica. Não são macacos.
No entanto, continuo um adversário ferrenho do adágio francês Tout comprendre c'est tout pardonner: procuro compreender, mas me recuso a perdoar.

P. S. Lembrando que o Afeganistão não é só o Talibã, não é nem majoritariamente o Talibã.  

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