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domingo, 6 de outubro de 2013

RADICALISMO SARTREANO

Jean-Paul Sartre, em sua conferência O existencialismo é um humanismo, defende a tese radicalíssima de que "todo homem, ao se escolher, está a um só tempo escolhendo toda a humanidade", não exatamente com essas palavras, mas com esse sentido. Complicado. Me lembra Kant, que afirmava que o homem deve agir de modo a que se possa extrair de toda ação sua a máxima (moral) relativa à situação que a enquadra. Complicado outra vez. Trata-se, como se vê, grosso modo de dizer a mesma coisa servindo-se de palavras diferentes. Muito bem. Ocorre-me que eu, pobre e reles humanoide, frequentemente estou cansado demais para escolher toda a humanidade, e/ou para engendrar máximas morais com as minhas ações, e esse é o meu ponto aqui: a vida nos verga, não somos super-heróis, santos, ou coisa que o valha. Em muitos casos, talvez a maioria, só queremos escolher a nós mesmos, só respondemos por nós mesmos, e ainda assim com uma certa esperança de encontrar uma lei branda. Haverá sim momentos em que teremos de escolher toda a humanidade, mas esses são os momentos-chave, assunto para outro post. Nas demais situações nossas escolhas têm um escopo limitado, bem limitado. 

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