Pesquisar

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

INTERESSE PESSOAL?

Estou lendo a brevíssima introdução à Política, do Kenneth Minogue, e nela me deparei com uma defesa muito singela do "interesse pessoal": a pessoa persegui-lo é na verdade um bem que ela faz ao grupo e ao outro, já que assim provavelmente estará evitando tornar-se um fardo (para o grupo, ou para o outro). Ora, o autor parece esquecer que esse interesse pessoal, uma vez perseguido, o é em detrimento do outro, e muitas vezes o é na dependência da insuficiência de meios do outro, e nesse caso só faz persistir essa insuficiência. Como os meios não são justamente distribuídos entre os indivíduos, segue-se que a competição, essa tão largamente defendida pelos adeptos do livre mercado, não ocorre de maneira justa, havendo, portanto, a necessidade de se operar "correções" e "compensações", na medida do possível. Tais correções e compensações, não é preciso dizer, têm de ser feitas ou por uma instância superior, agindo em nome do Bem comum, ou por meio de filantropia, em nome da solidariedade.
Será, então, que o "interesse pessoal" deve ser o nosso guia, se queremos viver num mundo mais seguro e justo?     

Nenhum comentário:

Postar um comentário