Pesquisar

sábado, 16 de abril de 2011

EU QUIS FAZER UM POEMA BOM DE VERDADE, E QUE DISSESSE O QUE SINTO...

o fantasma de dentes e pele podres me atormenta noite adentro,
e a viúva negra caminha pelo meu ventre adormecido...
como posso afugentar meu pesadelo, se está fechado o cerco,
e tudo o que é sujo e torpe dança à minha volta, como num ritual indígena?...

só queria sentir o calor de teu corpo bem junto ao meu,
e numa carícia desesperada, acordar a fada que protege os amores verdadeiros,
acordá-la do sono intempérie, do sono desastre,
pois é fato que ela nos esqueceu...

só queria dizer assim: meu amor, meu tão caro amor,
põe tua cabeça no meu ombro cansado, e choremos, e choremos, e choremos...
põe tua mão na minha, e entrelaçando os dedos,
digamos ao mundo que nada, nada nos separará,
e caminhemos para a morte com o único consolo que a vida pode oferecer aos humanos:
alguém para dividir todos os pesos, todos os riscos, e todos os risos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário