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sábado, 4 de dezembro de 2010

Um poema!

A FEIRA

que substituto para a amizade,
avaliar, escolher, comprar,
frutas, hortaliças, legumes e verduras!...
como está a beterraba hoje?
tem aí couve-flor, ou qualquer outra couve?

amanheci um dia, de tanta empolgação,
com cara de pepino,
e um gosto de manjericão
na ponta da língua!...
(ou seria açafrão, quem sabe,
quem sabe mesmo fruta-pão?)
vamos celebrar, raízes!...
entendo tudo o que me dizes,
tubérculo companheiro!...
falas-me de minhocas e aguaceiros
aos quais sobreviveste!...

estou feliz da vida, tanto,
que decidi convidar um casal de cebolas
para um sopa!
(que tristeza... elas ainda não sabem
que serão comidas...)

há de vir o dia
em que serei devorado com azeite,
e para que me não aproveite
da consciência azeda da situação,
me fingirei de estúpido,
e num cantar abrupto,
celebrarei todos os carnívoros,
como quem aperta a própria mão!

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